segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Os portadores de fissura lábio-palatina e suas relações afetivas

A fissura lábio-palatina, segundo Rodrigues et al. (2005) é uma malformação congênita que ocorre no decorrer do desenvolvimento fetal durante o período embrionário (3ª a 8ª semana de vida intra-uterina) e início do período fetal (7ª a 12ª semana de vida intra-uterina) devido a falta de fusão entre os processos faciais e palatinos.
De acordo com Freitas e Silva et al. (2008) e Bunduki et al. (2001), a fenda labial pode apresentar diversas formas clínicas, tornando necessário um sistema de classificação para identificar os diversos tipos de fissuras as quais podem ser completas ou incompletas, unilateral, bilateral ou medianas, simétrica ou assimétrica e estar associada ou não à fenda palatina. Pensando nesta classificação Spina et al. (apud FREITAS; SILVA et al., 2008) subdividiram as fissuras lábio-palatinas em pré-forame incisivo, transforame incisivo e pós-forame incisivo.
Spina et al. (apud RODRIGUES et al., 2005) define as fissuras por sua extensão tendo como referência anatômica o forame incisivo, resgatando, assim, a origem embriológica da fissura. Essa classificação divide as fissuras em quatro grupos. No Grupo I, estão as fissuras pré-forame incisivo que envolve o lábio e/ou o rebordo alveolar e podem ser: unilaterais, bilaterais e medianas. No Grupo II, estão as fissuras transforame incisivo, as quais envolvem lábio e palato e também podem ser unilaterais ou bilaterais. As fissuras pós-forame incisivo fazem parte do Grupo III e podem ser completas ou incompletas, e por fim, no Grupo IV, encontram-se as fissuras raras da face.
Quanto a etiologia Rodrigues et al. (2005) nos diz que essa malformação é multifatorial, somatória dos fatores hereditários e ambientais onde se encontra explícito o uso de drogas, o nível elevado de estresse, bem como quaisquer outras alterações que acometem a mulher no início da gravidez.
Esta deficiência é uma das deformidades crânio-faciais mais comum, e, segundo Veronez; Tavaro (2005), Sandrini et al. (2006), Bastos; Gardenal; Bogo (2008) e Freitas e Silva et al. (2008), podem causar diversos transtornos de ordem funcional, estético e nutricional por apresentar um impacto significativo na audição, dicção, deglutição e na aparência do indivíduo, interferindo principalmente em sua auto-estima, e consequentemente em sua saúde mental. Perante esta questão Bastos, Gardenal, Bogo (2008) enfatizam que tais alterações estéticas e funcionais é fidedigna a uma atenção integral ao portador, considerando que tais modificações morfológicas interferem no desenvolvimento biopsicossocial dificultando sua inserção no meio como um todo, prejuízos esses que, mesmo reparados, podem incidir em toda a sua vida.
Sandrini et al. (2006) relata que as pessoas diagnosticadas com fissuras lábio-palatinas devem ser sempre encaminhadas a uma equipe multiprofissional composta por psicólogos, assistentes sociais, fonoaudiólogos, otorrinolaringologista, cirurgiões dentistas principalmente nas áreas de bucomaxilofacial e ortodontia, além de profissionais especializados em genética clínica e cirurgia plástica. Para Spiri e Leite (1999) o trabalho em equipe é considerado como um dos pilares da reabilitação, e caso esta não trabalhar de forma efetiva a reabilitação corre o risco de se tornar um processo inviável.
Em contraponto, Veronez e Tavano (2005) abordam que quando o paciente ou a família procura recursos profissionais para tratar desta deficiência, na verdade estão buscando além da cura, a aceitação, a compreensão e um suporte para as condições emocionalmente abaladas. Assim, a saúde e a integração social necessitam de uma intervenção precoce, bem como um acompanhamento longitudinal para que a reabilitação propicie um resultado satisfatório. Contudo, no decorrer deste processo, tanto o portador quanto a família são atingidos por um significante estresse crônico físico, emocional e social devido à diversidade de emoções e sentimentos oriundos das expectativas e frustrações a respeito do andamento do tratamento, da situação de hospitalização, do enfrentamento do estigma e da exclusão que a sociedade impõe quanto às oportunidades educacionais e profissionais.
Sabe-se que nos dias de hoje nossa sociedade em geral acaba estereotipando o conceito do que é ser belo, deixando muitas vezes de lado a subjetividade do ser humano, sendo que de acordo com Ferreira (2000) [...] subjetividade significa tudo aquilo que é relacional ao sujeito. Enquanto isso, Guattari (2000) nos coloca que as subjetividades são produzidas por diferentes dispositivos: econômicos, sociais, afetivos, tecnológicos, ecológicos, midiáticos, dentre outros. Já Velho (2005) salienta que a família é uma instituição fundamental no processo de socialização da subjetividade, a qual será de algum modo construída, elaborada ou desenvolvida dependendo do ponto de partida em função de certas agências.
Diante disso, Goffman apud Veronez; Tavaro (2005) afirma que a estigmatização é decorrente de uma sociedade preconizadora de um modelo ideal, agredindo, de certa forma, o diferente com olhares de curiosidade e perguntas especulatórias. (Repete introdução - Rever).

Já para Ângelo (1994), Amaral (1994) e Strauss (1997) (apud MARQUES, 2004):
A deficiência proporciona uma condição de diferença aos padrões de normalidade impostos pela sociedade. As reações humanas são variadas e, do ponto de vista psicológico, nunca passam despercebidas, desorganizando e mobilizando a dinâmica das relações familiares, interpessoais e afetivas desse individuo.

Para Bachega apud Veronez e Tavaro (2005), a formação da auto-imagem pode ser prejudicada no decorrer dos contatos sociais pré-estabelecidos devido à ansiedade, o medo e a vergonha, podendo aumentar ainda mais o desajustamento social já que o diferente sempre foi alvo de discriminação e preconceito em nossa sociedade, dando muitas vezes margem para a interpretação errônea onde o diferente passa a ser interpretado com inferior.
Faz-se necessário esclarecer aos familiares que não é isolando os pacientes que se resolve determinados fatos, além de deixar claro que as patologias não escolhem um ou outro patamar social para se instalar, sendo assim, esta atinge tanto os baixos quanto os mais altos escalões de entes coexistentes em diferentes contextos sociais. Porém, ainda basta à vontade e o bom senso dos profissionais que lidam com essas pessoas para orientar os familiares no sentido de compreender o problema e adquirir habilidades para conviver com as particularidades de seus familiares especiais.

Bastos, Gardenal e Bogo (2008, p. 286) nos diz que:
Cuidar de uma pessoa é ajudá-la com seu crescimento e auto-realização, é um processo, uma relação que denominamos de relação terapêutica. Cuidar, portanto, envolve um profundo respeito pela alteridade do outro, ajudar o outro a cuidar de si mesmo, através de uma aliança estabelecida entre os envolvidos na relação.

Nesse sentido, tanto o profissional quanto a família, a escola e a sociedade em geral, devem antes de tudo, valorizar o ser humano em sua íntegra, com suas peculiaridades inerentes à sua natureza, inclusive suas necessidades psíquicas, orgânicas, espirituais e materiais.
Bastos, Gardenal e Bogo (2008) discutem ainda que os ajustamentos psicossociais desses pacientes podem ocorrer de maneira mais digna e ética na medida em que os profissionais da saúde e da educação começarem a se implicar de forma mais efetiva como agentes transformadores deste processo.
De acordo com a definição adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por ocasião de sua fundação em 1946, “saúde” é muito mais do que a “ausência de doenças”. Neste sentido, o direito à saúde deve ser compreendido não somente como acesso a hospitais e medicamentos, mas se trata de garantir o bem-estar biopsicossocial das pessoas.

Ou ainda, segundo as palavras de Spink (2007, p. 347):
[...] em seu sentido mais abrangente, saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra, e acesso a serviços de saúde. É assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida.

Por fim, Veronez; Tavaro (2005) ressalva que todos nós temos uma identidade pessoal que os outros nos atribuem de acordo com nossas aparências físicas. A pessoa que nos tornamos é uma construção história que inclui a auto-representação e a representação que os outros fazem de nós. Ou ainda, que em nosso corpo se inscreve toda uma série de medos e fantasias que determinam o grau de satisfação do indivíduo consigo mesmo. Assim sendo, o trabalho do psicólogo também deve ter como intuito principal auxiliar as pessoas a se gostarem, pois isso é um sinal de saúde mental.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS:


ANDRADE, Denise de; ANGERAMI, Emília Luígia Saporiti. A auto-estima em adolescentes com e sem fissuras de lábio e/ou de palato. Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. vol. 9, n.6, p. 37-41, nov-dez, 2001.


BASTOS, Paulo Roberto Haidamus de Oliveira; GARDENAL, Mirela; BOGO, Danielle. O ajustamento social dos portadores de anomalias craniofaciais e a práxis humanista. Rev. Arq. Int. Otorrinolaringol., Intl. Arch. Otorhinolaryngol. vol. 12, n. 2, p. 280-288, 2008.


BRASIL, Fernanda Renda; TAVANO, Liliam D’ Aquino; CARAMASCHI, Sandro; RODRIGUES, Olga Maria Piazentin Rolim. Escolha de parceiros afetivos: influência das sequelas de fissura labiopalatal. Rev. Paidéia [online]. vol. 17, n. 38, p. 375-387, 2007.


BUNDUKI, Victor; RUANO, Rodrigo; SAPIENZA, Andréia David; HANAOKA, Beatriz Yae; ZUGAIB, Marcelo. Diagnóstico pré-natal de fenda labial e palatina: experiência de 40 casos. Rev. RBGO [online]. vol. 23, n. 9, p. 561-566, 2001.


FERREIRA, May Guimarães. Concepções de subjetividade em psicologia. Campinas: Pontes, Maranhão: CEFET-PR - Centro Federal de Educação Tecnológica, 2000, 112 p.


FREITAS e SILVA; Dalyse Salles; MAURO, Lucy Dalva Lopes; OLIVEIRA, Luciana Butini; ARDENGHI, Thiago Machado; BÖNECKER, Marcelo. Estudo descritivo de fissuras lábio-palatinas relacionadas a fatores individuais, sistêmicos e sociais. Rev. RGO Porto Alegre [online]. vol. 56, n. 4, p. 387-391, out-dez, 2008.


GUATTARI, Felix; ROLNIK, Suely. Micropolítica: cartografias do desejo. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2000.


JACÓ-VILELA, Ana Maria; SATO, Leny (Orgs.). Diálogos em Psicologia Social. In: SPINK, Mary Jane P. Sobre a promoção da saúde: tensões entre o risco na modalidade da aventura e as estratégias contemporâneas de biocontrole. Porto Alegre: Editora Evangraf Ltda, 2007.


MARQUES, Luciana Corrêa. Implicações psicossociais da realização da faringoplastia em indivíduos com fissura labiopalatina. 2004. 92 f. Dissertação (Mestrado - Distúrbios da Comunicação Humana) - Universidade de São Paulo, Bauru, 2004.


RODRIGUES; Marina Roncatto; COSTA, Beatriz; GOMIDE, Márcia Ribeiro; NEVES, Lucimara Teixeira das. Fissura completa bilateral: características morfológicas. Rev. de Odontologia da UNESP [online]. vol. 34, n. 2, p. 67-72, 2005.


SANDRINI; Francisco Aurélio Lucchesi; ROBINSON, Wanyce Míriam; PASKULIN, Giorgio; LIMA, Magda Cirne. Estudo familiar de pacientes com anomalias associadas às fissuras labiopalatinas no serviço de defeitos de face da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Rev. Cir. Buco-Maxilo-Fac., Camaragibe [online]. v. 6, n. 2, p. 57-68, abr-jun. 2006.


SPIRI, Wilza Carla; LEITE, Maria Madalena Januário. Convivendo com o portador de fissura lábio-palatal: o vivencial da enfermeira. Rev. esc. enferm. USP [online]. vol.33, n.1, pp. 81-94, mar. 1999.


VELHO, Gilberto. Família e Subjetividade. In: ALMEIDA, Ângela Mendes de; CARNEIRO, Maria José; PAULA, Silvana Gonçalvez de; SAMARA, Emi de Mesquita. Pensando a família no Brasil: da colônia a modernidade. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, p. 79-87, 1986.


VERONEZ, Fulvia S.; TAVANO, Liliam D’ Aquino. Modificações psicossociais observadas pós-cirurgia ortognática em pacientes com e sem fissuras labiopalatinas. Rev. Arq. Ciênc. Saúde [online]. vol. 12, n. 3, p. 133-137, jul-set, 2005.


OBSERVAÇÃO: Este texto refere-se a uma pesquisa realizada por mim, Tiago Luis Pezzini por conta própria, assim sendo, as colocações que não contém referências teóricos são fruto de reflexões a respeito de.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Porque a fissura acontece?

Durante os primeiros meses de gravidez de todos os bebês (inclusive os bebês que nascem sem fissura), as áreas do rosto (face) desenvolvem-se separadamente e depois se unem para formar os lábios, o céu da boca e outras partes do rosto. Em alguns bebês estas partes não se unem adequadamente, e ocorre a fissura, que pode atingir o lábio, o palato ou outras partes da face (rosto). A fissura, ou fenda, é, portanto, uma abertura em uma estrutura que normalmente deveria estar fechada.
Existem muitos fatores (causas) relacionados ao aparecimento da fissura, por isso falamos que esta malformação tem causa multifatorial (isto é, não depende apenas de uma causa). Muitas vezes é impossível identificar a causa aparente da fissura e é comum o nascimento de bebês com fissura em famílias sem nenhum outro caso anterior.
Mais informações e esclarecimentos de dúvidas sobre a causa da fissura e qual a possibilidade de ter outro filho com esta malformação poderão ser obtidas com profissionais da área de Genética Clínica do HRAC-USP.
A fissura (sem outra malformação associada) não afeta a inteligência, ou seja, a criança com fissura tem inteligência normal e deve ser tratada como qualquer outra criança. Por isso é preciso estimular o bebê, conversar com ele, passear, brincar como fazemos com bebês sem fissura.
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O que é fissura Labiopalatina?

O palato (céu da boca) é formado por duas partes: uma parte dura em direção aos dentes superiores (de cima) e uma parte posterior mole (próxima à garganta). O palato duro é composto por osso e o palato mole é formado por músculos que se movimentam quando falamos e engolimos. Se você passar a ponta da língua (ou o dedo) em todo o céu da boca, poderá sentir a diferença entre o palato duro e o palato mole.
Vamos imaginar que a nossa boca (cavidade oral) e o nariz (cavidade nasal) fossem uma casa com 2 andares. O céu da boca separa o térreo (boca) do primeiro andar (nariz), portanto, serve de teto para a boca e de assoalho para o nariz. Dentro do pescoço e atrás do nariz e da boca fica a garganta (faringe). A parte de trás do céu da boca (palato mole) é como se fosse uma porta que abre e fecha.
Quando a porta está aberta (palato mole em repouso, durante respiração nasal) a parte de trás da boca se comunica com a parte de trás do nariz.
Quando a porta está fechada não há comunicação entre a boca e o nariz, pois com a porta fechada separamos o térreo do primeiro andar.
Nos casos dos bebês que nasceram com fissura de palato, a casa (boca e nariz) está incompleta, ou melhor, tem uma abertura no céu da boca e no assoalho do nariz, ocorrendo uma comunicação indesejada entre a boca e o nariz. Fissura, portanto, significa abertura ou separação. Fonte: Manual Profis

O nascimento da criança com fissura!

Muitos pais idealizam seu(a) filho(a), antes mesmo de seu nascimento: cor dos olhos e dos cabelos, formato de rosto e até mesmo sua personalidade! Quando nasce um bebê diferente do que eles imaginavam, a família sofre um impacto. Nesse momento pode ocorrer um desajustamento emocional, surgindo muitas dúvidas: o que fazer? E agora como vai ser?
Uma das primeiras fases que os pais vivenciam após o nascimento de um(a) filho(a) com fissura, ou qualquer outra malformação, pode ser denominada de choque, caracterizada pela confusão de sentimentos fortes e opostos, e pela negação, quando são informados da notícia. Outra fase também esperada é a da reação, onde sentimentos de revolta, incapacidade, angústia e culpa podem ser vivenciados pelos pais e familiares. Estes sentimentos negativos podem interferir na relação com o bebê, consumindo muita energia dos pais e dando-lhes a impressão de que estão sozinhos nessa estrada.
Fonte: Manual Profis
A culpa não ajuda, ao contrário, atrapalha! E quando os pais não aceitam a criança com fissura, dificilmente esta será aceita pelos outros membros da família, da escola, da comunidade, e assim a criança terá mais dificuldade no convívio social. Aceitar não quer dizer deixar o sofrimento de lado ou fazer de conta que nada acontece, e sim buscar desenvolver as potencialidades e as qualidades da criança e favorecendo seu desenvolvimentos e oportunidades que a criança poderá ter na vida.
Depois deste período um pouco confuso, vem a adaptação. Os pais já se sentem mais reconfortados pelos profissionais da saúde, familiares e assim são capazes de utilizarem forças a favor de seu(a) filho(a). O amor, o carinho, a dedicação e o afeto ao cuidar deste bebê refletem a força e a esperança na procura do melhor tratamento.

Apresentação!

APRESENTAÇÃO
Prezados pais e cuidadores,
O nascimento de um filho é um acontecimento marcante que altera a rotina familiar! Os cuidados e a atenção de que um bebê necessita exigem de vocês muita dedicação, paciência e acima de tudo, muito amor!
A chegada de um bebê com fissura de lábio e/ou palato é um choque para a maioria das pessoas. Ninguém espera a chegada de um bebê com fissura. Muitos pais nunca viram ou ouviram falar sobre esta malformação congênita. O sentimento de frustração nestes pais é muito intenso, podendo surgir também o sentimento de culpa. A inexperiência ou o desconhecimento de como lidar com esse bebê, gera medo e angústia. E assim, surgem muitas dúvidas e perguntas sobre a fissura e como tratá-la.
Pensando nisto, elaboramos este informativo, que tem como objetivo esclarecer os aspectos relacionados à fissura labiopalatina, e consequentemente, promover melhorias na qualidade de vida das famílias e das crianças que nascem com esta malformação congênita.
Damos boas-vindas e felicitamos vocês pela chegada deste bebê! A vocês foi confiada a tarefa não só de cuidar de um bebê, mas de cuidar de um bebê que requer cuidados específicos. Lembrem-se sempre: Vocês não estão sozinhos nesta caminhada!
Fonte: Manual Profis

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Achei na Rede Profis Manuais informativos que estava pensando!

Bom agora basta contatar com o pessoal de São Paulo que fez os manuais e ver a possibilidade de ampliá-los, além de colocar eles na rede como a Wikipédia, e também impresso!
http://www.redeprofis.com.br/conteudo.php?id=13

O que é fenda Palatina?

A fenda palatina é uma anomalia genética, que ocorre durante a formação e desenvolvimento do feto, onde o paciente apresenta comuniçação buco – nasal, devido a perfuração no palato, onde é possível observar o septo nasal, bem como as conchas inferiores. Pode atingir palato duro e palato mole.
Fonte: Wikipédia

O palato (céu da boca) é formado por duas partes: uma parte dura em direção aos dentes superiores (de cima) e uma parte posterior mole (próxima à garganta). O palato duro é composto por osso e o palato mole é formado por músculos que se movimentam quando falamos e engolimos. Se você passar a ponta da língua (ou o dedo) em todo o céu da boca, poderá sentir a diferença entre o palato duro e o palato mole.
Vamos imaginar que a nossa boca (cavidade oral) e o nariz (cavidade nasal) fossem uma casa com 2 andares. O céu da boca separa o térreo (boca) do primeiro andar (nariz), portanto, serve de teto para a boca e de assoalho para o nariz. Dentro do pescoço e atrás do nariz e da boca fica a garganta (faringe). A parte de trás do céu da boca (palato mole) é como se fosse uma porta que abre e fecha.
Quando a porta está aberta (palato mole em repouso, durante respiração nasal) a parte de trás da boca se comunica com a parte de trás do nariz.
Quando a porta está fechada não há comunicação entre a boca e o nariz, pois com a porta fechada separamos o térreo do primeiro andar. Vejas as estruturas nos diagramas, onde a “PORTA” que separa o nariz da boca foi identificada pelo círculo verde.
Nos casos dos bebês que nasceram com fissura de palato, a casa (boca e nariz) está incompleta, ou melhor, tem uma abertura no céu da boca e no assoalho do nariz, ocorrendo uma comunicação indesejada entre a boca e o nariz. Fissura, portanto, significa abertura ou separação. Fonte: Manual Profis

Centros de tratamento?

Como reabilitar?

Uma equipe multidisciplinar deve estar envolvida nessa reabilitação, como médicos, enfermeira, fonoaudiólogo, nutricionista, odontólogos, psicólogos e assistente social. A troca de informações entre os profissionais é fundamental para o tratamento da criança, pois um fator interfere diretamente no outro, no que diz respeito aos dentes, à fala, à face, às funções alimentares e ao desenvolvimento psicossocial.
Os pais que descobrirem seu filho com fissura labiopalatal devem procurar todos os tipos de orientações para possibilitarem a total reabilitação do seu filho. É indicado que os pais permaneçam tranqüilos, pois a rejeição, negação e sentimento de culpa podem ser considerados normais no primeiro momento, mas com ajuda profissional, tanto os pais quanto o bebê poderão ter uma vida saudável e feliz.
Existem diversos centros cirúrgicos no Brasil com especialistas qualificados e competentes no atendimento de pacientes com fissuras labiopalatais pelo SUS, privados e filantrópicos

Os pilares do tratamento
O tratamento das anomalias craniofaciais congênitas envolve diversas especialidades da saúde. No caso das fissuras labiopalatais, o tratamento baseia-se na Odontologia, tendo como ponto de equilíbrio a atuação da Cirurgia Plástica e da Fonoaudiologia. As demais especialidades funcionam como o fiel da balança.

Como tratar?
É importante que logo após o nascimento, os pais se informem sobre os cuidados com o filho fissurado, uma vez que se trata de um bebê com particularidades, principalmente, no que diz respeito à alimentação, pois seu lábio ou céu da boca são abertos. A mãe precisa saber como amamentar a criança sem que ela engasgue ou devolva o leite.

Para isso, é fundamental, num primeiro momento, conhecer o que é a fissura e saber que essa malformação tem tratamento. Fique tranqüilo
Se você tem ou conhece alguém que tenha um bebê com fissura labiopalatal, fique tranqüilo: há tratamento.Fonte site do Centrinho

Possíveis causas?

No Brasil, estima-se que a cada 650 nascimentos, uma criança nasce com fissura labiopalatal. Existem vários fatores que tem sido implicados no seu aparecimento, tais como o uso de álcool ou cigarros, a realização de raios-x na região abdominal, a ingestão de medicamentos, como anticonvulsivantes ou corticóide, durante o primeiro trimestre gestacional, deficiências nutricionais, infecções, além da hereditariedade. A única forma de corrigi-los é através de cirurgia
 Fonte:Wikipédia

Como amamentar meu bebê?

Amamentação
  • Segurar o bebê em posição vertical, de modo que o nariz e a boca fiquem mais altos que o peito
  • Preencher a abertura do lábio leporino com o seio (pode-se usar a placa dentária especial - obturador - para cobrir a fenda palatal)
  • Estimular e ajudar a mãe, orientando-a que se faz necessário "fechar a fissura" para que o bebê possa mamar bem, e apoiando-a, pois as mamadas costumam ser longas
  • Alguns bebês necessitam ser alimentados por sonda orogástrica, copinho, mamadeira, colherzinha, o que o bebe adaptar melhor
Fonte: Wikipédia

Na verdade, isso vai depender muito da mãe. Ela precisa ter disposição e, se necessário, ajudar o bebê procurando a melhor posição e fazendo massagem na mama. Antes é preciso esclarecer que existem vários tipos de fissura. No caso das fissuras só de lábio, chamadas de pré-forame, a amamentação é tranqüila, só depende da disposição e dedicação da mãe. Mas, as fissuras de palato (pós-forame) ou de lábio e palato (transforame) dificultam bastante o aleitamento no peito, pois o bebê tem dificuldade de sugar o leite, pode sentir fadiga e, conseqüentemente, ingerir leite em quantidade insuficiente.
O que fazer nesse caso?
Isabel Lisboa - Nesses casos mais difíceis, a mãe é orientada a fazer a ordenha e dar o leite materno na mamadeira. Quando a criança tem fissura de palato ou de lábio e palato, a mãe consegue amamentar no máximo até a 3a semana de vida. É por isso que indicamos a ordenha, pois a nossa preocupação é que mamando mal o bebê terá pouco ganho de peso.
Há orientação sobre o bico da mamadeira?
Isabel Lisboa - O bico ortodôntico é o mais indicado, mas outros bicos também podem ser utilizados desde que a criança esteja adaptada, o importante é que o bico deve ter um orifício que libere o leite gotejado, na quantidade adequada. Quando necessário, a mãe deve aumentar delicadamente o tamanho do orifício.
O leite artificial é indicado para os bebês que não conseguem mamar no peito?
Isabel Lisboa - O leite indicado em primeiro lugar é sempre o materno. Por orientação do pediatra a mãe pode completar a amamentação com leite artificial, mas só se o pediatra recomendar.
Fonte: Site do centrinho/USP

Como descobrir? Quando começa a tratar?

Detecção e correção
Atualmente, graças ao aperfeiçoamento do ultrassom, o lábio leporino pode ser diagnosticado antes mesmo do parto. Isso permite que, logo após o nascimento, a cirurgia corretiva seja realizada.
A primeira cirurgia, de lábio, é realizada normalmente aos três meses de idade da quando a criança já deve ter 5 kg. Já a cirurgia de palato duro é realizada apenas aos doze meses de idade.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A1bio_leporino#Tipos_de_fissuras

Tipos de fissuras?

As fissuras podem ser: unilaterais (atingem somente um lado do lábio) ou bilaterais (fendas dos dois lados do lábio), completas (quando atingem o lábio e o palato), ou incompletas (quando atingem somente uma dessas estruturas), além de atípicas assim variando desde formas mais leves, como cicatriz labial e o úvula bífida (quando a úvula aparece partida em duas), até formas mais graves, como as fissuras amplas de lábio e palato. As fissuras labiopalatais também podem se associar a outras más-formações sejam elas de face ou de outras regiões do corpo. As fissuras de palato deixam o canal oral em contato com o nasal.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A1bio_leporino#Tipos_de_fissuras

O que é Lábio Leporino?

O lábio leporino (cientificamente fissura labiopalatal) é uma abertura na região do lábio ou palato, ocasionada pelo não fechamento dessas estruturas, que ocorre entre a quarta e a décima semana de gestação. O adjetivo leporino refere-se à semelhança com o focinho fendido de uma lebre.
Fonte: Wikipédia.
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A1bio_leporino

Quando, como e quantas cirurgias são necessárias?

Primeiramente, é necessário procurar atendimento num hospital/centro especializado no tratamento de malformações de face e/ou de fissura labiopalatina.
Este hospital/centro deverá ter uma equipe formada por médicos (cirurgião plástico, pediatra, otorrinolaringologista, geneticista), enfermeiras, fonoaudiólogos, cirurgiões-dentistas (odontopediatra e ortodontista), psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais, entre outros. A equipe deve ser especializada e capacitada para a reabilitação de todas as alterações associadas com a presença da fissura e deve trabalhar em conjunto para definir, planejar e realizar as condutas de tratamento necessárias para cada criança.
No Brasil, um dos centros de referência no tratamento de deformidades do crânio e da face é o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), da Universidade de São Paulo (USP), carinhosamente chamado de “Centrinho”, situado em Bauru - SP. Também existem outros centros no Brasil. Leia o Post sobre onde se tratar?Mais informações sobre o encaminhamento para esses centros e também sobre os cuidados necessários para a amamentação e alimentação dos bebês com fissura devem estar disponíveis ainda na maternidade ou hospital logo após o nascimento e antes da alta do bebê e da mãe.
Para ser atendido no HRAC - “Centrinho” a criança tem que ter certidão de nascimento e os pais podem ligar para o telefone (14) 3235-8132, ou enviar uma carta para o Hospital
A fissura, na maioria das vezes, pode ser corrigida por meio de cirurgia. A cirurgia (operação) para fechar o lábio, é realizada por volta dos 3 meses de idade. A cirurgia para fechar o palato, por volta dos 12 meses de idade. Mas para poder realizar essas cirurgias, o bebê tem que estar em condições favoráveis, isto é, sem anemia, sem lesões de pele, feridas com pus, coceira, micose, piolho ou sarna. Não pode estar com crise de bronquite, asma, peito chiando, tosse com catarro, garganta e ouvido infeccionados, gripe ou febre. Se a criança estiver com vômito ou diarréia ou com doenças contagiosas como sarampo, rubéola, roséola, caxumba, catapora ou varicela e escarlatina, deve ser tratado antes de vir para a cirurgia, e não deve estar em contato com outros pacientes no hospital. Para as crianças maiores de 1 ano de idade, solicite ao seu médico a realização de exame de fezes. Caso seja detectado que a criança tem vermes (Ascaridíase, Ancilostomíase ou Estrongiloidíase), também é preciso tratar antes de vir para o hospital.
Na semana em que a cirurgia está agendada, é realizado (no HRAC) exame de sangue (hemograma completo) para verificar se a criança está em condições satisfatórias para ser operada. O médico pediatra, junto com a equipe do hospital, irá avaliar cuidadosamente a criança e, caso ela esteja em boas condições de saúde, a operação é realizada. Caso a criança apresente algum problema, a cirurgia é suspensa para ela se tratar e voltar em outra data.
Logo após a cirurgia, os médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos e outros membros da equipe devem fornecer orientações sobre os cuidados com a alimentação, com a cicatrização dos pontos, com a fala e audição. Estes profissionais também podem esclarecer quaisquer dúvidas que vocês tiverem.
Fonte: Manual Profis adaptção do administrador do blog

Posso amamentá-lo?

Para uma boa alimentação e a criança não refluir alimento pelo nariz até a cirurgia do palato duro, são desenvolvidas técnicas de amamentação sendo a persistência da mãe fator fundamental para seu sucesso. Se mesmo assim a mãe não consegue amamentar, ela é orientada a fazer a ordenha e dar o leite materno na mamadeira, pois a preocupação é que mamando mal o bebê terá pouco ganho de peso. Alguns autores advogam o uso de placas palatinas pré-moldadas, de fácil manejo para ajudar na amamentação.
Fonte: Wikipédia
Cientes dos benefícios do aleitamento materno quanto aos aspectos nutricionais, psicológicos, anti-infecciosos e protetor, assim como da importância da sucção como estímulo ao desenvolvimento da face e do sistema motor oral para a fala, temos orientado o aleitamento materno sempre que possível", explica Isabel. Mas, a profissional avisa que é preciso ter disposição para a prática do aleitamento.

O bebê fissurado consegue pegar o peito?
Isabel Lisboa - Consegue. Na verdade, isso vai depender muito da mãe. Ela precisa ter disposição e, se necessário, ajudar o bebê procurando a melhor posição e fazendo massagem na mama. Antes é preciso esclarecer que existem vários tipos de fissura. No caso das fissuras só de lábio, chamadas de pré-forame, a amamentação é tranqüila, só depende da disposição e dedicação da mãe. Mas, as fissuras de palato (pós-forame) ou de lábio e palato (transforame) dificultam bastante o aleitamento no peito, pois o bebê tem dificuldade de sugar o leite, pode sentir fadiga e, conseqüentemente, ingerir leite em quantidade insuficiente.

O que fazer nesse caso?
Isabel Lisboa - Nesses casos mais difíceis, a mãe é orientada a fazer a ordenha e dar o leite materno na mamadeira. Quando a criança tem fissura de palato ou de lábio e palato, a mãe consegue amamentar no máximo até a 3a semana de vida. É por isso que indicamos a ordenha, pois a nossa preocupação é que mamando mal o bebê terá pouco ganho de peso.

Há orientação sobre o bico da mamadeira?
Isabel Lisboa - O bico ortodôntico é o mais indicado, mas outros bicos também podem ser utilizados desde que a criança esteja adaptada, o importante é que o bico deve ter um orifício que libere o leite gotejado, na quantidade adequada. Quando necessário, a mãe deve aumentar delicadamente o tamanho do orifício.

O leite artificial é indicado para os bebês que não conseguem mamar no peito?
Isabel Lisboa - O leite indicado em primeiro lugar é sempre o materno. Por orientação do pediatra a mãe pode completar a amamentação com leite artificial, mas só se o pediatra recomendar.


Existe um peso ideal para a criança com fissura fazer a primeira cirurgia?
Isabel Lisboa - A primeira cirurgia de lábio, denominada queiloplastia, deve ser feita aos 3 meses de vida e o peso ideal para essa idade é 5Kg.

O que pode interferir na produção do leite materno?
Isabel Lisboa - O aspecto psicológico vale para todas as mães, mas especialmente para as mães que têm um bebê com fissura, o impacto emocional ao ver a criança logo após o nascimento, ou até mesmo pela demora dos médicos ao trazer o bebê para o quarto, acaba interferindo demais no aleitamento. Muitas vezes, quando a mãe vê o bebê malformado a produção de seu leite é automaticamente bloqueada. A falta de orientação dos profissionais da área da saúde também interfere.

Existe uma posição ideal para amamentar esses bebês?
Isabel Lisboa - A mãe deve encontrar a posição ideal, de um modo geral, a criança deve ficar semi-sentada. Depois de amamentar, a mãe deve colocar a criança deitada de lado e elevar sua cabecinha com o apoio de um travesseiro.

Existe uma higiene específica para a fissura?
Isabel Lisboa - Sim, é importante que a mãe limpe muito bem a região da fissura, antes e após as mamadas. A limpeza deve ser feita com água fervida ou filtrada e com cotonetes ou a ponta de uma fralda. A mãe deve retirar o leite em excesso com o cotonete umedecido. O lábio do bebê costuma ressecar, quando isso acontecer a mãe pode hidratá-lo com óleo mineral.
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